Pesquisa revela resistência de pacientes em tomar medicamentos prescritos
Ninguém precisa nos dizer que é necessário escovar os dentes e tomar banho todos os dias. Até mesmo tarefas rotineiras – como levar lixo para fora – mesmo às vezes sendo um pouco chatas, fazem parte tão profundamente no nosso cotidiano, que é impossível nos livrarmos delas. Você, por acaso, já esqueceu de se alimentar ou pentear os cabelos? E tomar um remédio prescrito para ser administrado por um tempo?
Se a sua resposta para a segunda pergunta foi sim, você não está sozinho. A HealthPrize divulgou uma pesquisa realizada em 2013 que contesta o motivo pelo qual pessoas com doenças crônicas deixam de tomar os medicamentos prescritos. O resultado do estudo é no mínimo esclarecedor: não é que pacientes simplesmente se esquecem de tomar, mas existem barreiras psicológicas que impedem a continuidade do tratamento.
Uma suposição comumente aceita pelos profissionais da saúde é que o custo dos medicamentos e o esquecimento de tomá-los são as principais forças motrizes por trás de uma falha em manter medicamentos importantes. Toda essa suposição, no entanto, passou a ser questionada por grandes corporações e instituições de saúde.
A pesquisa da HealthPrize abordou 1021 pessoas com doenças crônicas, as quais precisam tomar medicamentos prescritos regularmente. Os entrevistados responderam sobre uma lista de tarefas ou experiências desagradáveis em comparação com o ato de tomar um medicamento. Os números revelam que
– 47% dos entrevistados preferem levar lixo para fora do que tomar a medicação.
– 27% prefere receber um tiro no braço do que tomar remédios todos os dias.
De acordo com a pesquisa, muitas pessoas associam a obrigação simples de tomar um remédio a um ato temido. O fato de pessoas se esquecerem ou simplesmente ignorarem a necessidade de tomar medicamentos prescritos resulta em estimados 290 bilhões de dólares ao ano com gastos médicos que poderiam ter sido evitados.
Resistência também entre os mais jovens
Embora a preocupação com o esquecimento muitas vezes se concentre nos idosos (e com razão, pelo menos seletivamente para os pacientes com perda de memória), a pesquisa verificou que a não-adesão à medicação é na verdade um problema maior entre os mais jovens. O artigo revelou que 60% de jovens entre 18 a 34 anos admitem não tomar a medicação prescrita no ano anterior, o que foi o dobro do taxa de idosos com 65 anos ou mais. Em contraste, pessoas de sessenta ou setenta anos são tipicamente muito mais conscientes da realidade de sua própria mortalidade.
In doctor we trust?
Além das questões centrais sobre motivação, percepção de valor e tendência atual que contribuem à baixa adesão à medicação, a percepção do paciente sobre seu médico também desempenha um papel importante. Aquele modelo extinto do médico paternalista e onisciente deu lugar ao superpoderoso. Pacientes, cada vez mais instruídos pela internet, estão mais propensos a questionar os conselhos de um médico, para melhor ou para pior.
A pesquisa revelou que 23% dos entrevistados disseram que não confiam ou nem sempre confiam em seu médico sobre a medicação que eles prescrevem. Em termos de idade, essa desconfiança é maior entre a faixa etária de 35 a 54 anos. E, logicamente, entre pessoas que dizem que nem sempre levam a medicação prescrita, a confiança é particularmente ruim: 46% desse grupo diz que não confia ou nem sempre confia em seu médico e nos medicamentos que eles prescrevem.
texto com informações de: “Taking Medication is No Fun, and That’s a Big Problem” – HealthPrize.com e ADVMED
Recent Comments