Farmacêuticos do Piauí prestam serviços de vacinação se igualam a países de primeiro mundo
No último fim de semana, dias 23 e 24 de junho, 35 farmacêuticos do Piauí realizaram o curso de Capacitação em Serviço de Vacinação em Farmácias do IBras, e se tornaram os primeiros profissionais do estado habilitados a implantar o serviço de aplicação de injetáveis em farmácias, além de atuarem como responsáveis técnicos neste trabalho.
As aulas ocorreram na sede do IBras em Teresina: R. Albertino Neiva, 2150-2184 – São João. O curso atende aos requisitos da RDC 197/2017 da Anvisa e a Resolução do CFF nº 654/2018, com certificado do MEC, emitido pela Faculdade Cathedral. Os profissionais que realizaram o curso receberam capacitação com carga horária de 60 horas, sendo 40 horas de conteúdo teórico em aprendizado digital e 20 horas de teórico/prático presencial. O curso é o mais completo do país quando o assunto é vacinação em farmácias.
Os profissionais farmacêuticos piauienses estão plenamente habilitados a aplicar vacinas de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), calendários vacinais, vacinas não contempladas pelo PNI, classificação e componentes das vacinas, vias de aplicação, esquema vacinal, indicações, precauções e contraindicações.
Este serviço se iguala aos feitos em farmácias de primeiro mundo, como Finlândia, Portugal, Austrália, Canadá e Inglaterra. No território norte-americano, por exemplo, 28% das vacinas de gripe são ministradas em farmácias, que já ocupam o segundo lugar entre os estabelecimentos que mais praticam a vacinação.
Adailson Almeida Araruna Júnior realizou o curso e diz satisfeito com o que aprendeu. “O curso conseguiu atender todas as expectativas, o conteúdo repassado foi de fácil aprendizado, com muitas dinâmicas e o melhor foi a parte prática, para podemos aprender e fixar melhor as técnicas ensinadas”, conta. O profissional ainda tem planos de especializar mais na área, para ter um novo diferencial na carreira. “Pretendo aplicar esses novos serviços na farmácia onde estou trabalhando atualmente”, completa.
A farmacêutica Anna Laysla de Sousa Abrantes já é a aluna do IBras no curso de Pós-Graduação em Farmacologia Clínica + Farmácia Hospitalar e também saiu satisfeita com o que aprendeu. “O curso é maravilhoso, a professora é super competente, as aulas práticas foram excelentes, assim como as teóricas, fiquei mto apaixonada mesmo; este curso dá um gás a mais no currículo e isso é muito bom”, ressalta.
A prestação de serviço de vacinação foi regulamentada recentemente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em atendimento à Lei 13.021/14, que permitiu a prestação de novos serviços em farmácias, inclusive as vacinas, colocando o Brasil no mesmo nível de muitos outros países. Todas as regulamentações garantem o acesso com segurança e garantia de qualidade de fornecimento à população.
Vai ter farmacêutico aplicando vacinas, sim!
Alguns conselhos e entidades de saúde, no entanto, não aprovaram as novas resoluções, alegando falta de estrutura dos estabelecimentos e pouca qualificação profissional dos farmacêuticos. A Sociedade Brasileira de Pediatria pulicou uma nota que reprovava a resolução. O texto dizia que “o acesso às vacinas deve ser criterioso” e “farmácias e drogarias não contam com estrutura física e recursos humanos para realizar os procedimentos”. Entidades médicas e de enfermagem também se posicionaram contrários à decisão da Anvisa. O argumento é o mesmo: farmácias não possuem estrutura correta e farmacêuticos não são devidamente qualificados, expondo pacientes a riscos.
No entanto, é claro que o Farmacêutico é plenamente apto a prestar serviços de vacinação, contribuindo para o acesso a qualidade de vida da população. A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) esclareceu em nota que:
– Farmácias já aplicam vacinas em outros países. Os exemplos são Austrália, Finlândia, Nova Zelândia, Portugal, Inglaterra e Estados Unidos.
– Somente nos EUA, houve um aumento na cobertura de herpes-zóster de 77% e pneumococos de 148%.
– Vacinas são seguras, os efeitos adversos relatados são raros e os profissionais farmacêuticos são tão competentes para ministrá-las quanto outros profissionais da saúde.
– Muitas farmácias brasileiras já contam com estrutura para aplicação de vacinas e prestação de outros serviços. A estrutura adicional necessária prevista na nova norma, que é a mesma para todos os estabelecimentos, também estará disponível nas farmácias.
– O que acontece em todo o mundo é que, com a aplicação de vacinas em farmácias, o acesso ao serviço aumenta e o preço cai consideravelmente, em razão da concorrência. Na região de Ontário (Canadá), por exemplo, a economia para o sistema de saúde foi da ordem de 41,81% no primeiro ano graças ao aumento da cobertura vacinal.
– No Brasil, uma vacina de gripe, que tem o custo de R$ 39, é aplicada nas clínicas privadas, de propriedade de médicos, por até absurdos R$ 180, um sobrepreço de mais de 300%. Este, por sinal, é o principal temor de médicos e das associações que os representam.
O curso de Capacitação do IBras em vacinação ainda vai chegar as outros estados. No próximo fim de semana (30/06 e 01/07), o curso desembarca em Belo Horizonte. Além disso, a agenda contempla as cidades de Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belém, Porto Alegre e São Luís. Acesse para saber mais: http://bit.ly/vacinaçãodoibras
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