Testes de vacina contra a Covid-19 avançam e doses podem ser liberadas ainda em 2020
A mobilização de institutos, universidades e centros de pesquisa na tentativa de tempo recorde para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 dá sinais de esperança. Ao menos três estudos estão na fase três, ou seja, testam humanos para comprovar a eficácia dos ensaios clínicos. Após finalização desta fase, é necessário registro sanitário para que a vacina seja disponibilizada à população.
Mais recente divulgação no meio científico, a vacina experimental da farmacêutica Pfizer, em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech, conseguiu gerar anticorpos em pacientes saudáveis, apesar de causar efeitos colaterais, entre eles a febre, quando usada em doses mais altas.
O estudo randômico teve a participação de 45 voluntários que receberam três dosagens diferentes da vacina, além de nove que foram tratados apenas com a versão placebo da vacina. Segundo análise dos testes, os participantes produziram anticorpos em reação à vacina, e alguns até neutralizaram o vírus. No entanto, ainda não existe comprovação se esse nível mais alto de anticorpos será necessário para gerar imunidade à doença.
Outro estudo em fase avançada faz parte da Universidade de Oxford, na Escola Medicina Tropical de Liverpool. Essa vacina, até o momento, é considerada a mais promissora pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentemente do estudo da Pfizer, a testagem ultrapassa 10 mil pessoas e, mesmo longe da aprovação, já está sendo produzido em larga escala. A expectativa da imunologista brasileira da universidade, Daniela Ferreira, é de que as primeiras vacinas sejam distribuídas ainda em 2020.
O rápido desenvolvimento não é por acaso. A instituição reaproveitou parte dos estudos de outro coronavírus, como a Síndrome Respiratória Aguda (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), que tiveram origem identificada ainda neste século na China e Arábia Saudita, respectivamente.
No Brasil, mais especificamente a partir de estudos liderados pelo Instituto Butantan, uma potencial vacina chinesa da empresa Sinovac será distribuída em 12 centros de seis estados brasileiros. Estima-se que 9 mil voluntários participem dos testes em todo o país, que ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para início dos testes. A expectativa é de que a liberação ocorra até a próxima semana de julho.
Crédito da foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
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